segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 O CIDE – VIRTUDES DE UM CAVALEIRO EXEMPLAR A PARTIR DA CRÔNICA GERAL DE ESPANHA DE 1344

O CIDE – VIRTUDES DE UM CAVALEIRO EXEMPLAR A
PARTIR DA CRÔNICA GERAL DE ESPANHA DE 1344 é o título da pesquisa do aluno João Eduardo, orientando da prof.a Adriana. Ele ira desenvolver a sua pesquisa com auxílio de uma bolsa concedida pela PUCPR como incentivo à iniciação científica.



Segue um resumo do que ele prentende fazer:



É atribuído ao Conde Pedro Afonso de Barcelos, filho bastado do rei Dinis
de Portugal, um amplo conjunto de obras literárias, de variada natureza, no qual
se inclui a Crônica Geral de Espanha de 1344 e o Livro de Linhagens, além de
cantigas. Suas duas principais obras, a Crônica e o Livro de Linhagens, foram
escritas na primeira metade do século XIV, período esse quem que os valores
mais tradicionais do reino, que caracterizavam a nobreza e o próprio rei,
encontram-se em transição, começam a despontar mecanismos de poder cada
vez mais sutis.


Em seus escritos pode ser percebida uma forte influência da Corte
castelhana, na leitura de textos históricos e no método historiográfico, colocado
em prática por seu bisavô Afonso X, através da Crônica Geral de Espanha. É
reconhecido ainda como “um dos primeiros escritores de língua portuguesa, não
propriamente pelo valor da sua prosa, mas pela atividade que o situa nas raízes
do movimento historiográfico nacional.

O século XIV, período em que o Conde escreveu suas obras, foi marcado
por uma colaboração cada vez maior de clérigos e leigos na constituição da
cultura profana em Portugal. Nessa conjuntura, o Conde aparece como um
sintetizador de tais influências. Para escrever o Livro de Linhagens a Crônica de
1344, além de poesias de amor e de escárnio, o Conde “recolheu tradições
criadas no mundo profano como no clerical, histórias e narrativas das Cortes
Régias como de Casas Senhoriais, de cavaleiros de origem goda, francos ou
flamengos.”


A história transparece nas obras do Conde Pedro Afonso como “o espelho
dos grandes homens que se haviam destacado por feitos heróicos e por uma conduta que se fundava nos ideais de honra e valentia,” em função disso seria
inspirada pela exaltação da nobreza, das grandes famílias. Exaltação essa, que se
faz presente em diversos momentos do Livro de Linhagens, ao enaltecer feitos
dos fidalgos além de não valorizar determinadas atitudes, por ele consideradas
impróprias em sua configuração “ideal”.


A obra do Conde Pedro Afonso de Barcelos tem como característica
desvendar o quadro senhorial português que antecede a grande crise da primeira
dinastia. Além de constituir, a esse título, um notável documento histórico para
compreender a fase inicial do Reino, através da descrição das tradições e da
mentalidade da nobreza.



Nesse contexto, entre o final do reinado de Dinis e o início do reinado de
Afonso IV, período em que o Conde escreveu suas duas obras principais o Livro
de Linhagens e a Crônica Geral de Espanha de 1344, é que se encontra o foco
principal do presente plano de trabalho.


Será objetivo do presente Plano de Trabalho analisar a trajetória elaborada
pelo Conde de um nobre específico dentro da Crônica Geral de Espanha de 1344,
o Cide, descrito como importante cavaleiro da Reconquista. Através da análise
serão buscadas as virtudes do nobre ideal, atribuídas pelo Conde ao longo da
descrição. Será possível assim caracterizar um modelo de “o nobre ideal” que
vive, no século XIV, momento esse caracterizado pela tentativa da nobreza de se
fortalecer e definir seu espaço dentro da sociedade, frente às constantes
tentativas empreendidas pelos reis a fim de centralizar seu poder.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 Ser Rei, ser Nobre: uma visão sobre o ideário de rei e de nobreza presente na Crônica Geral de Espanha de 1344

"Ser Rei, ser Nobre: uma visão sobre o ideário de rei e de
nobreza presente na Crônica Geral de Espanha de 1344"



esse é o título do projeto de pesquisa da prof.a do curso de História, Adriana Mocelim de Souza Lima. Estreando no PIBIC logo teve seu projeto aprovado e o de seu aluno aprovado com bolsa. É isso aí teacher, parabéns!!!!
Segue um resumo do que ela pretende desenvolver:






O presente projeto visa caracterizar o “Bom Rei” e o “Bom Nobre”
projetados nos escritos do Conde Pedro Afonso de Barcelos. O Conde era filho
bastardo do rei Dinis de Portugal, destacado monarca em função de seu projeto
de centralização régia, projeto esse que sofreu forte resistência junto à nobreza do
Reino português.


Os critérios definidores da nobreza durante o início do século XIV sofriam
uma alternância em relação à hierarquia de tais critérios, “o sangue dera lugar ao
serviço ao rei, fonte primeira de benefícios, nobilitação e alçamento sócio-político,
em seguida vem o patrimônio e depois o sangue.”1 A supremacia social da
nobreza baseava-se cada vez mais na influência que exercia sobre os órgãos
centrais do reino, e não tanto no exercício de poderes senhoriais de âmbito
regional.



Cada vez mais a proximidade em relação ao rei tornava-se decisiva para a
manutenção dos direitos senhoriais. O rei tornava-se um árbitro das questões
entre as outras forças sócio-políticas do reino, em particular da nobreza. Outro
fator que subordinava cada vez mais a nobreza em relação ao rei era a
“crescente desvalorização das rendas senhoriais, relacionadas com a evolução da
economia monetária e a inflação que atingiu os reinos europeus especialmente à
partir do início do século XIV, [...], cada vez mais a monarquia rivalizava e
disputava o poder dos nobres a nível local, ao mesmo tempo que era o seu grande
sustentáculo e mesmo a sua principal fonte concessora de poder.”2
Segundo Frei Francisco Brandão, o Conde Pedro Afonso ficou conhecido
na em Portugal, em Castela, onde esteve exilado (durante o período de 1317 a
1322), e no Reino de Aragão, onde esteve juntamente com seu pai, como um
homem de “grande opinião, discreto, & valeroso, & gèralmente foi auido pelo
homem de mais galharda disposição, que intão auia em Espanha.
É atribuído ao Conde Pedro Afonso um amplo conjunto de obras literárias,
de variada natureza, no qual se inclui a Crônica Geral de Espanha de 1344 e o
Livro de Linhagens, além de cantigas. Suas duas principais obras, a Crônica e o
Livro de Linhagens, foram escritas na primeira metade do século XIV, “época de
transição dos valores mais tradicionais e do surgimento de mecanismos de poder
cada vez mais subtis. Sua obra é considerada ainda uma das melhores fontes para o estudo da
história social portuguesa no período da Dinastia Afonsina.
Percebe-se em seus escritos forte influência da Corte castelhana, na leitura
de textos históricos e no método historiográfico, colocado em prática por seu
bisavô Afonso X.



O século XIV, período em que o Conde escreveu suas obras, foi marcado
por uma colaboração cada vez maior de clérigos e leigos na constituição da
cultura profana em Portugal. Nessa conjuntura, o Conde aparece como um
sintetizador de tais influências.


A obra do Conde Pedro Afonso tem como característica desvendar o
quadro senhorial português que antecede a grande crise da primeira dinastia.
Além de constituir, a esse título, um notável documento histórico para
compreender a fase inicial do Reino através da descrição das tradições e da
mentalidade da nobreza.
Nesse contexto, entre o final do reinado de Dinis e o início do reinado de
Afonso IV, período em que o Conde escreveu suas duas obras principais o Livro
de Linhagens e a Crônica Geral de Espanha de 1344, é que se encontra o foco
principal do presente projeto.


O projeto tem como objetivo o estudo da representação de monarca e de
nobre presente na Crônica Geral de Espanha de 1344. Trata-se de uma obra que
se insere dentro de um estilo literário que primeiro foi empregado, segundo Luís
Filipe Lindley Cintra na introdução da Crônica Geral de Espanha de 1344, no
reinado de Afonso X de Castela, através da Crônica Geral de Espanha. Segundo
coloca Pedro Juan Galán Sanchez, uma crônica se caracteriza pela compilação de
fontes anteriores, sendo que os momentos de maior originalidade encontram-se
no relato que o autor faz do seu momento presente, onde pode relatar fatos e
eventos muitas vezes por ele vivenciados.


Além da imagem de “rei ideal”, será buscada a imagem de nobre que o
Conde explorou ao longo da Crônica. Será objetivo analisar como ele apresenta “o
nobre ideal” que vive, no século XIV, um momento caracterizado pela tentativa de
se fortalecer e definir seu espaço dentro da sociedade, frente às constantes
tentativas empreendidas pelos reis a fim de centralizar seu poder.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 O Brasil num mundo em Guerra

O aluno Celso Ricardo, do 2.o período de História, turno manhã, teve seu projeto de pesquisa selecionado para desenvolver seus trabalhos de iniciação científica sob a orientação do prof. Wilson Maske. O aluno também foi contemplado com uma bolsa da PUCPR para desenvolver os seus estudos. Segue um resumo de seu projeto.

O BRASIL NUM MUNDO EM GUERRA: A VISÃO DE LAURO MÜLLER SOBRE O PAPEL DO BRASIL NO CENÁRIO INTERNACIONAL (1912-1917)



O objeto da presente proposta de plano de trabalho se relaciona com o papel que Lauro Müller desempenhou à frente do Ministério das Relações Exteriores, no período de 1912 a 1917, e sua visão acerca do papel desempenhado pelo Brasil no cenário internacional no início do século XX. O objetivo se relaciona principalmente em verificar os postulados que norteavam a ação de Müller como chanceler, responsável pela condução da política externa do Brasil. Esses postulados devem explicitar a visão, as perspectivas e convicções que Lauro Müller, tinha em relação à posição do Brasil na América e no Mundo, como um todo.



Após a Proclamação da República, houve uma mudança estratégica na condução da política internacional do Brasil, que privilegiava uma aproximação mais intensa com os parceiros do continente americano, em especial com os Estados Unidos e com a Argentina, com o objetivo de diminuir a dependência que o país tinha em relação à Grã-Bretanha, no que concerne à área comercial e financeira. Procurava-se ampliar a pauta de parceiros políticos e comerciais brasileiras para possibilitar ao país mais espaço de manobra, frente aos grandes desafios que a sociedade internacional do final do século XIX e início do XX apresentava, em relação às intensas transformações políticas, econômicas e sociais, motivadas pela Revolução Industrial e pelo imperialismo dos países centrais.



No final do século XIX, a aproximação com os vizinhos era bastante interessante do ponto de vista geopolítico, pois produziria uma maior segurança física e possibilitaria que o Brasil começasse a consolidasse sua posição de potência média regional. Por outro lado, nossos vizinhos, pouco desenvolvidos do ponto de vista econômico, não tinham condições de substituir os países europeus como principais consumidores de nossos produtos de exportação. Aliás, eles eram concorrentes na exportação de algumas de nossas principais exportações. Em função disso, pareceu mais sábio aos formuladores de nossa política externa no início da Primeira República, manter as relações tradicionais com os países europeus. Entre estes países, destacava-se cada vez mais o Império Alemão, que principalmente a partir de 1890, começou a colocar em prática uma política externa mais agressiva, principalmente em função de seu espantoso crescimento industrial, que demandava mais fontes de matérias-primas, mais mercado consumidor e oferecia grande quantidade de capitais para investimento. Neste sentido, a Alemanha se tornou uma verdadeira ameaça para os interesses econômicos e políticos de duas outras grandes potências mundiais do período: a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. De fato, a Alemanha com sua agressiva política de ampliar sua marinha mercante, sua marinha de guerra, suas posses coloniais e seus mercados consumidores, representava a maior ameaça aos interesses econômicos ingleses desde a eclosão da Revolução Industrial.



Ao que parece, a diplomacia brasileira percebeu claramente este atrito que se avizinhava e pretendia tirar vantagem desse confronto, com o objetivo de agregar mais espaço de manobra para sua própria política externa, mas também agregar mais poder de barganha nas negociações com seus parceiros, assim como mapear alternativas para fornecedores de capitais, que possibilitassem um maior desenvolvimento econômico brasileiro. Isto, no entanto, não impediu que o Brasil entrasse na Primeira Guerra Mundial ao lado dos aliados, contra o Império Alemão, ainda que este fosse um importante parceiro comercial do Brasil.



Nesse sentido, é de grande importância para o estudo da política externa brasileira no início da Primeira República, a investigação e análise da perspectiva que Lauro Müller tinha do papel do Brasil frente à sociedade internacional nos anos iniciais do século XX e durante o período da Primeira Guerra Mundial. Isto permitirá compreender a ação dos formuladores da política internacional, seus objetivos e metas.

domingo, 18 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 Barão do Rio Branco

Em continuidade de suas pesquisas, o professor Wilson Maske apresentou projetos de pesquisa para alunos na seleção PIBIC 2011/2012. Foram selecionados 2 pesquisas, ambas serão financiadas pela PUCPR, os alunos foram contemplados com bolsas de estudo e desenvolverão seus trabalhos junto ao LEPHIS e ao Grupo de Pesquisa História, Cultura e Política.
Segue a pesquisa de Ewerson Dubiela, aluno do 2.o ano de História.

O BARÃO, O BRASIL E O MUNDO: A VISÃO DO BARÃO DO RIO BRANCO SOBRE O PAPEL DO BRASIL NO CENÁRIO INTERNACIONAL (1902-1912)



O objeto da presente proposta de plano de trabalho se relaciona com a ação do Barão do Rio Branco à frente do Ministério das Relações Exteriores, no período de 1902 a 1912, e sua visão acerca do papel desempenhado pelo Brasil no cenário internacional no início do século XX. O objetivo se relaciona principalmente em verificar os postulados que norteavam a ação do Barão como chanceler, responsável pela condução da política externa do Brasil. Estes postulados devem explicitar ao menos em parte, a visão, as perspectivas e convicções que José da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco, tinha em relação à posição do Brasil na América e no Mundo, como um todo.

Após a Proclamação da República, houve uma mudança estratégica na condução da política internacional do Brasil, que privilegiava uma aproximação mais intensa com os parceiros do continente americano, em especial com os Estados Unidos e com a Argentina, com o objetivo de diminuir a dependência que o país tinha em relação à Grã-Bretanha, no que concerne à área comercial e financeira. Procurava-se ampliar a pauta de parceiros políticos e comerciais brasileiras para possibilitar ao país mais espaço de manobra, frente aos grandes desafios que a sociedade internacional do final do século XIX e início do XX apresentava, em relação às intensas transformações políticas, econômicas e sociais, motivadas pela Revolução Industrial e pelo imperialismo dos países centrais.

Nos primeiros momentos da vida republicana, em especial antes de 1894, a condução da política externa brasileira foi dominada por uma ideologia própria dos republicanos históricos (Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, entre outros), que privilegiava sobremaneira o pan-americanismo e uma adesão incondicional aos interesses norte-americanos. Pensava-se que a situação do isolamento político-diplomático brasileiro, em especial na América do Sul, era resultado exclusivo do fato de o Brasil ser uma monarquia. A forma de governo monárquica com certeza causava uma grande estranheza entre nossos vizinhos. Mas também nossas dimensões continentais, nossa herança cultural luso-brasileira e o histórico de grande rivalidade com nossos vizinhos desde o período colonial também eram fatores importantes, que justificavam as relações de atrito que por vezes sobressaíam na América do Sul. Enfim, o fato de sermos governados por um imperador não era o maior dos entraves nas relações com nossos vizinhos.

Após esta primeira fase menos lúcida, em especial, depois de 1894, quando boa parte do corpo diplomático mais experiente, que havia se afastado em função da queda do regime, retoma as lides da condução da política externa brasileira, vemos ocorrer um re-enquadramento das linhas gerais e dos objetivos no cenário internacional. A tentativa de aproximação com nossos parceiros sul-americanos, revelou quão frágil estava assentada a segurança de nossas fronteiras, aparentemente consolidadas desde o período colonial. Assim, uma primeira tarefa se impôs, que seria a revisão dos tratados de fronteira do período colonial e reforço do princípio do Uti Possidetis, que garantia a posse de uma determinada área territorial para aquele país que efetivamente o ocupou e colonizou.

Nessa mesma perspectiva, a aproximação com os vizinhos era bastante interessante do ponto de vista geopolítico, pois produziria uma maior segurança física e possibilitaria que o Brasil começasse a consolidasse sua posição de potência média regional. Por outro lado, nossos vizinhos, pouco desenvolvidos do ponto de vista econômico, não tinham condições de substituir os países europeus como principais consumidores de nossos produtos de exportação. Aliás, eles eram concorrentes na exportação de algumas de nossas principais exportações. Em função disso, pareceu mais sábio aos formuladores de nossa política externa no início da Primeira República, manter as relações tradicionais com os países europeus. Entre estes países, destacava-se cada vez mais o Império Alemão, que principalmente a partir de 1890, começou a colocar em prática uma política externa mais agressiva, principalmente em função de seu espantoso crescimento industrial, que demandava mais fontes de matérias-primas, mais mercado consumidor e oferecia grande quantidade de capitais para investimento. Neste sentido, a Alemanha se tornou uma verdadeira ameaça para os interesses econômicos e políticos de duas outras grandes potências mundiais do período: a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. De fato, a Alemanha com sua agressiva
política de ampliar sua marinha mercante, sua marinha de guerra, suas posses coloniais e seus mercados consumidores, representava a maior ameaça aos interesses econômicos ingleses desde a eclosão da Revolução Industrial.

Ao que parece, a diplomacia brasileira percebeu claramente este atrito que se avizinhava e pretendia tirar vantagem desse confronto, com o objetivo de agregar mais espaço de manobra para sua própria política externa, mas também agregar mais poder de barganha nas negociações com seus parceiros, assim como mapear alternativas para fornecedores de capitais, que possibilitassem um maior desenvolvimento econômico brasileiro.

Nesse sentido, resulta ser de grande importância para o estudo da política externa brasileira no início da Primeira República, a investigação e análise da perspectiva que o Barão do Rio Branco tinha acerca do papel do Brasil frente à sociedade internacional nos anos iniciais do século XX. Isto permitirá compreender a ação dos formuladores da política internacional, seus objetivos e metas.

O presente estudo se filia metodologicamente à História das Relações Internacionais. Apesar de que estudos sobre história diplomática e das relações internacionais do Brasil já existam há muito tempo na esfera do ambiente político e diplomático, os departamentos de história das universidades brasileiras apenas começaram a se interessar mais decididamente pelo assunto a partir de meados dos anos 1990. Principalmente com a redescoberta dos estudos de historiadores, como Pierre Renouvin e Jean-Baptiste Duroselle (2000), estudiosos franceses que desenvolveram uma metodologia de pesquisa e de interpretação da inserção internacional de um determinado Estado ou ator internacional, denominada Teoria das Forças Profundas. Nessa teoria, considera-se que determinados elementos, como os fatores geográficos, as condições demográficas, as forças econômicas, as questões financeiras, os sentimentos nacionais, a psicologia social, a influência das religiões, a personalidade do estadista (no nosso caso, o Barão do Rio Branco) entre outros, influenciam enormemente, quando não determinam a elaboração da política externa e a condução das relações internacionais.



sábado, 17 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 Ditadura Militar - fontes primárias

O projeto de pesquisa de iniciação científica intitulado A DITADURA MILITAR BRASILEIRA DOCUMENTADA: TORTURA E REPRESSÃO (1964-1985) foi aprovado para ser desenvolvido em 2011/2012. Com bolsa financiada pela Fundação Araucária, e orientado pela prof.a Etiane Caloy, o aluno do curso de Licenciatura em História, Dédallo, irá desenvolver seu trabalho junto ao LEPHIS e ao Grupo de Pesquisa História, Cultura e Política, na linha História, Política e Relações Internacionais.
Segue breve resumo do projeto aprovado.

O presente projeto de pesquisa tem como finalidade promover o levantamento de um tipo de documento específico da área de História chamado pelos historiadores de fontes primárias.



As fontes primárias são documentos e registros de época gerados ao longo do tempo pelas diversas sociedades. O papel do historiador é analisar estes documentos dentro da perspectiva teórica por ele escolhida para fundamentar o seu objeto: no nosso caso, a abordagem é a dos Sentimentos na Política, conforme já explicado no Projeto PIBIC do Professor.


O foco deste projeto é o estudo da Ditadura Militar brasileira entre os anos de 1964 e 1985 no que diz respeito à repressão e tortura promovidas pelo Estado brasileiro contra o cidadão. Neste período foram inúmeros os documentos gerados pela sociedade como jornais, revistas, filmes, peça de teatro e pelos órgãos governamentais de censura e repressão.


São do nosso interesse os documentos governamentais; os registros gerados por estes órgãos e por eles armazenados como os próprios documentos produzidos pelos militantes contra a Ditadura.


O levantamento documental envolve, neste projeto, um mapeamento de documentos via internet disponibilizados pelo Projeto Memórias reveladas, pelo Projeto Brasil Nunca Mais, pelo Arquivo Nacional e outras Instituições correlatas.


Tendo em vista que as nossas problemáticas envolvem saber as estratégias do Estado brasileiro para lidar com o cidadão contrário à Ditadura e compreender quem é este cidadão acreditamos que o levantamento documental e sua análise podem esclarecer estes pontos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012

Junto ao Grupo de Pesquisa História, Cultura e Política, na linha, História, Política e Relações Internacionais, a prof. Etiane apresentou o projeto de pesquisa intitulado:

TORTURA E REPRESSÃO POLÍTICO-IDEOLÓGICA DURANTE A DITADURA MILITAR BRASILEIRA (1964-1985)



Segue um pequeno resumo da pesquisa...


Passados mais de 25 anos do período que se consagrou chamar de Abertura Democrática no Brasil, ainda são inúmeras as feridas perpetradas pela Ditadura Militar em nossa sociedade. Também são muitas as pessoas desaparecidas e o volume de documentos sobre este período não estudados, seguramente porque o Estado brasileiro ainda não os disponibilizou totalmente para a consulta do cidadão.


No entanto, o trabalho do historiador só é possível na medida em que o mesmo pode analisar registros de época dentro de um contexto histórico específico e, há pouco tempo, o Projeto do Governo Federal Memórias Reveladas tem colocado à disposição da sociedade, portanto, dos especialistas também, documentos concernentes à Ditadura Militar vivida pelo nosso país entre 1964 e 1985. Por isso, a relevância deste projeto na área de História, pois busca tratar de um tema exaustivamente estudado, mas tão carente de documentos governamentais gerados por órgãos de repressão como o DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), o SNI (Serviço Nacional de Informações), a CGI (Comissão Geral de Investigações), o CSN (Conselho de Segurança Nacional), bem como os próprios documentos gerados pelos militantes políticos. A partir do projeto “Memórias Reveladas – Centro de Referência das Lutas Políticas, 1964-1985” é possível haver uma mudança neste cenário.
Portanto, este projeto possui como foco o levantamento de documentos sobre tortura e repressão durante a Ditadura Militar, tendo como centralidade o Projeto acima citado, mas não somente, uma vez que é possível buscar documentação em outras instâncias.


Porém, não basta somente buscar documentos de época; o historiador precisa analisá-los. A linha teórica deste projeto é a de Sentimentos na Política; vertente teórica que, a partir da História, faz fronteira com a psicologia política, a antropologia política, a sociologia política e a psicanálise. Para tanto, nos apoiamos em alguns autores relevantes nesta área e, especificamente, na área de História como Enriquez, Ansart, Skdimore, Paes entre outros.interessa-nos neste projeto aprofundar a nossa pesquisa sobre a tortura física e emocional imposta pelos governos militares a muitos cidadãos brasileiros e, para isto, alguns questionamentos são levantados, a saber:




Tendo em vista os registros disponibilizados sobre a Ditadura Militar, tanto pelo Projeto Memórias Reveladas como por outras fontes possíveis (como o Projeto Brasil Nunca Mais), qual a relação estabelecida pelo Estado brasileiro com o seu cidadão?


De acordo com os registros de época, quais as estratégias do Estado brasileiro em relação à tortura física, psicológica e para reprimir ideologicamente o cidadão brasileiro que discordava da Ditadura?
Finalmente, e ainda a partir dos documentos de época disponibilizados pelo Estado brasileiro, quem é o sujeito/cidadão que emerge dos registros?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

PIBIC JUNIOR 2011/2012 - História e Cinema

Na seleção de 2011, a prof.a Maria Cecilia Pilla apresentou pela primeira vez projetos de PIBIC junior e foram selecionadas duas alunas, Marília e Manuela, do Colégio Medianeira para desenvolverem pesquisas na área da História e Cinema.





O tema do projeto é: História e Cinema: poder e sociabilidade nas cortes da França pré-revolução. 



O grande objetivo da pesquisa é reconhecer que os filmes não são a realidade, nem a sua reprodução, mas uma interpretação dela, a elaboração de um discurso sobre a realidade. Os filmes nos revelam uma história, não apenas aquela produzida pela historiografia oficial, busca-se assim a realidade na ficção. Nesse sentido, ao analisar um filme deve-se olhar não apenas o que é mais significativo, mas também o banal, o corriqueiro, e muitas vezes a ausência de determinadas imagens.



E dessa forma conhecer um pouco sobre métodos, fontes, e historiografia sobre a França dos séculos XVII e XVIII. E também despertar a paixão pela História.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 SALÕES FRANCESES DO SÉCULO XVIII: ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE E PODER FEMININO


Salões franceses do século XVIII: espaços de sociabilidade e poder feminino è o trabalho de pesquisa aprovado para PIBIC da aluna Tayana. Ela é também orientanda da prof.a Maria Cecilia Pilla e tem bolsa da PUCPR para desenvolver suas pesquisas. Segue um resumo.

 
A habilidade de decifrar, de ler o grupo de pessoas e os gestos que as compõem é valorizada desde a Antiguidade, já nessa época relacionava-se o exterior das pessoas com seu interior. E na sociedade de corte, ou na prática da vida mundana dos séculos XVI ao XVIII procurou-se constantemente perceber o invisível, o oculto, a partir daquilo que se deixa à mostra: gestos, maneiras, vocabulário, formas de comer, cumprimentos, mesuras, e por aí vai. Ou seja, é a leitura do todo, em cada contenção, deferência; em cada palavra exposta, omitida; há um significado a ser decifrado.



Quando a sociedade absolutista de corte passou a se consolidar, com as transformações das relações do poder social, a nobreza passou a depender do rei, pois com a monopolização militar e econômica a função  do  guerreiro  livre  foi  desaparecendo.  Com a crescente integração monetária, a produção das propriedades dos guerreiros não era capaz de lhes proporcionar uma vida  rica e mantê-los como classe superior. Para isso passaram a depender dos favores  do rei, e só a vida na corte podia lhes proporcionar tal prestígio e distinção social. 




A vida nessa sociedade exigia o domínio de si e a construção de uma imagem. O saber falar, se exprimir bem, vestir-se adequadamente, comer com mesura, saber apreciar a arte, qualificava o homem, construía o que chamavam de “homem honesto”. Ora, na corte ou fora dela, entre os grupos nos salões, saber comportar-se é vital para as relações humanas. Os gestos têm um papel importante na construção da imagem que faz homens e mulheres comme il faut. O saber, o talento, as virtudes, o bom gosto, mostram-se através de sinais externos reconhecíveis. Determinadas posturas ou gestos são capazes de revelar o status, o lugar que o indivíduo ocupa na sociedade. 



Na França do século XVIII, os salões constituíam um dos raros espaços de liberdade onde as mulheres podiam exprimir-se, mostrar-se, conversar. Nesse período, esse é um lugar misto, e nele não podem existir proibições religiosas ou sociais. Os filósofos e os moralistas, os “homens honestos” por aí circulavam em meio a um grande esforço de educação, quase um esforço “civilizatório” pela erudição. Aí é necessário moderar os instintos e dominar as expressões.




Os salões que proliferaram no século XVIII por toda parte, em especial por Paris, são por vezes designados pela palavra “conversação”. Nesses ambientes o domínio dos gestos e das palavras é fundamental, e a figura das anfitriãs dá o tom das conversas, devem ser elas as grandes propulsoras dessas atividades de sociabilidade pedagogicamente polida.

O objetivo da presente pesquisa é reconhecer os salões franceses como espaços de exercício de poderes femininos de sociabilidade, principalmente no que concerne ao desempenho do domínio da arte da conversação no contexto histórico da França Iluminista do século XVIII.