quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PIBIC 2011/2012 Ser Rei, ser Nobre: uma visão sobre o ideário de rei e de nobreza presente na Crônica Geral de Espanha de 1344

"Ser Rei, ser Nobre: uma visão sobre o ideário de rei e de
nobreza presente na Crônica Geral de Espanha de 1344"



esse é o título do projeto de pesquisa da prof.a do curso de História, Adriana Mocelim de Souza Lima. Estreando no PIBIC logo teve seu projeto aprovado e o de seu aluno aprovado com bolsa. É isso aí teacher, parabéns!!!!
Segue um resumo do que ela pretende desenvolver:






O presente projeto visa caracterizar o “Bom Rei” e o “Bom Nobre”
projetados nos escritos do Conde Pedro Afonso de Barcelos. O Conde era filho
bastardo do rei Dinis de Portugal, destacado monarca em função de seu projeto
de centralização régia, projeto esse que sofreu forte resistência junto à nobreza do
Reino português.


Os critérios definidores da nobreza durante o início do século XIV sofriam
uma alternância em relação à hierarquia de tais critérios, “o sangue dera lugar ao
serviço ao rei, fonte primeira de benefícios, nobilitação e alçamento sócio-político,
em seguida vem o patrimônio e depois o sangue.”1 A supremacia social da
nobreza baseava-se cada vez mais na influência que exercia sobre os órgãos
centrais do reino, e não tanto no exercício de poderes senhoriais de âmbito
regional.



Cada vez mais a proximidade em relação ao rei tornava-se decisiva para a
manutenção dos direitos senhoriais. O rei tornava-se um árbitro das questões
entre as outras forças sócio-políticas do reino, em particular da nobreza. Outro
fator que subordinava cada vez mais a nobreza em relação ao rei era a
“crescente desvalorização das rendas senhoriais, relacionadas com a evolução da
economia monetária e a inflação que atingiu os reinos europeus especialmente à
partir do início do século XIV, [...], cada vez mais a monarquia rivalizava e
disputava o poder dos nobres a nível local, ao mesmo tempo que era o seu grande
sustentáculo e mesmo a sua principal fonte concessora de poder.”2
Segundo Frei Francisco Brandão, o Conde Pedro Afonso ficou conhecido
na em Portugal, em Castela, onde esteve exilado (durante o período de 1317 a
1322), e no Reino de Aragão, onde esteve juntamente com seu pai, como um
homem de “grande opinião, discreto, & valeroso, & gèralmente foi auido pelo
homem de mais galharda disposição, que intão auia em Espanha.
É atribuído ao Conde Pedro Afonso um amplo conjunto de obras literárias,
de variada natureza, no qual se inclui a Crônica Geral de Espanha de 1344 e o
Livro de Linhagens, além de cantigas. Suas duas principais obras, a Crônica e o
Livro de Linhagens, foram escritas na primeira metade do século XIV, “época de
transição dos valores mais tradicionais e do surgimento de mecanismos de poder
cada vez mais subtis. Sua obra é considerada ainda uma das melhores fontes para o estudo da
história social portuguesa no período da Dinastia Afonsina.
Percebe-se em seus escritos forte influência da Corte castelhana, na leitura
de textos históricos e no método historiográfico, colocado em prática por seu
bisavô Afonso X.



O século XIV, período em que o Conde escreveu suas obras, foi marcado
por uma colaboração cada vez maior de clérigos e leigos na constituição da
cultura profana em Portugal. Nessa conjuntura, o Conde aparece como um
sintetizador de tais influências.


A obra do Conde Pedro Afonso tem como característica desvendar o
quadro senhorial português que antecede a grande crise da primeira dinastia.
Além de constituir, a esse título, um notável documento histórico para
compreender a fase inicial do Reino através da descrição das tradições e da
mentalidade da nobreza.
Nesse contexto, entre o final do reinado de Dinis e o início do reinado de
Afonso IV, período em que o Conde escreveu suas duas obras principais o Livro
de Linhagens e a Crônica Geral de Espanha de 1344, é que se encontra o foco
principal do presente projeto.


O projeto tem como objetivo o estudo da representação de monarca e de
nobre presente na Crônica Geral de Espanha de 1344. Trata-se de uma obra que
se insere dentro de um estilo literário que primeiro foi empregado, segundo Luís
Filipe Lindley Cintra na introdução da Crônica Geral de Espanha de 1344, no
reinado de Afonso X de Castela, através da Crônica Geral de Espanha. Segundo
coloca Pedro Juan Galán Sanchez, uma crônica se caracteriza pela compilação de
fontes anteriores, sendo que os momentos de maior originalidade encontram-se
no relato que o autor faz do seu momento presente, onde pode relatar fatos e
eventos muitas vezes por ele vivenciados.


Além da imagem de “rei ideal”, será buscada a imagem de nobre que o
Conde explorou ao longo da Crônica. Será objetivo analisar como ele apresenta “o
nobre ideal” que vive, no século XIV, um momento caracterizado pela tentativa de
se fortalecer e definir seu espaço dentro da sociedade, frente às constantes
tentativas empreendidas pelos reis a fim de centralizar seu poder.

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